quarta-feira, abril 25, 2007

Eric Clapton

Já é tarde da noite, foda quando você deita e não consegue dormir. Seu corpo está cansado, vc sente isso, mas é só colocar a cabeça no travesseiro e seus olhos não fecham nem pelo caralho.

Você fica pensando em mil coisas que possam te ajudar a dormir. Imagina seu corpo sendo massageado, uma bela paisagem, barulho da natureza, uma cachoeira... aí você levanda pra mijar (fazer xixi para as meninas) e aproveita e toma um banho bem quentinho para relaxar...

Volta pra cama e nada. A cachorra (animal de verdade, não o sentido figurado) se encaixa perfeitamente atrás do seu joelho, apoiando-se metade na coxa e metade na batata da perna. Pelo menos alguém consegue dormir no quarto.

Fudido ou fudido e meio, dá na mesma. Você levanta e vai para o computador. Até tem alguns trabalhos pra fazer, mas não vai fazer nem fudendo porque... porque.... porque não quer.

Se fumasse acenderia um cigarro, abriria a janela admirando o letreiro azul do Novotel e veria duas básculas com as lâmpadas ligadas. Não é só você que toma banho tarde da noite? Fica imaginando o porquê delas estarem tomando banho a essa hora. Será que não conseguem dormir também? Será que acabaram de fazer um sexo noturno? Cometeram um assassinato e estão limpando o sangue que ainda está quente nas mãos? Ou estariam apenas fazendo um xixi ou cocôzinho básico?

Porra de idéias loucas. Se fosse final de semana você juraria que iria abrir a garrafa de saquê que está na geladeira, aquela que você está guardando para tomar com alguém, só que não existe ninguém, nem situação especial para você abri-la... e sua idéia de que quando se abre uma garrafa de saquê você tem que beber tudo pois senão estraga o conteúdo te faz com ela fique lá, imaculada, como uma virgem aos 20 anos doida pra dar.

Coloca uma música, faz uma playlist de U2 (Eletrical Storm), R.E.M (It´s the end of the world as we know it) e Eric Clapton (Old Love) pra passar o tempo. Você sempre imagina uma tórrida cena de preliminares do sexo com essa música do Clapton. Desde o último gole na taça de vinho até a retirada suave da calcinha... e dá o tempo certinho de uma boa preliminar, 12 minutos e 32 segundos na versão acústica.

Então você volta pra cama, a cachorra na mesma posição que você a deixou e tentar dormir, mas não tem certeza se vai conseguir.





Ouça a música do Eric Clapton aqui

segunda-feira, abril 02, 2007

Fantasmas e anjos do passado

Ontem eu sonhei com você. Há tempos não tinha algo que fizesse te lembrar. Um sonho rápido, daqueles que você nem se lembra direito do que aconteceu, mas capaz de trazer uma enxurrada de lembranças e voltar à tona os fantasmas e anjos do passado.

Podia jurar que acordei sentindo seu cheiro, fico com ele impregnado na minha mente por longas horas, como se ele realmente estivesse lá. Mesmo depois do banho o cheiro continua, essa é a lembrança mais atormentadora que tenho sua. Seu cheiro, nas manhãs de sábados que eu sempre ficava te esperando acordar e depois lentamente ver seus olhos se fecharem com um sorisso agora tão pertubador quando antes era sublime.

Esse cheiro que me faz lembrar das vezes que ficamos bêbados, dos duetos bregas no karaokê, das viagens, dos festivais de Alegre, dos shows, das pizzas com vinhos, das águas de coco que nunca tomávamos mas que eu sempre usava como desculpa pra ficar mais com você, dos beijos de 5 minutos que embaçava todos os vidros do carro, da fraqueza e do formigar nas pontas dos dedos quando eu acariciava suas costas depois do sexo. Esse cheiro que em todas essas ocasiões estava lá, tão forte e marcante quanto eu o sinto agora.

De várias formas diferentes eu sabia que não iríamos ficar juntos. Seja pelo jeito “closer” que nós nos conhecemos ou pela distância geográfica e sentimental ao mesmo tempo tão perto e tão longe que estamos agora um do outro. Seja por você revelar-se tão volúvel e louca quanto encantadora ou simplesmente porque tudo na vida tem um fim, mesmo que seja inexplicável e incoerente fazendo com que caia no esquecimento.

Mas seu cheiro, dificilmente será esquecido.

(Compilação de histórias das mulheres que me relacionei por um certo tempo e que de algum modo me peguei apaixonado. Poucas, porém marcantes).