Acabou

Escrito ao som de Lisa Ekdahl

Ouvi dizer de uma amiga minha: “Monografia não se termina, se abandona.” (BARROS, 2007, Conversa de bar). E é isso mesmo, você nunca consegue terminar uma monografia. Chega uma hora que você simplesmente a joga para seu pen-drive, salva uma cópia de segurança no seu email e esconde ela está lááááááá no cantinho do Windows Explorer... quase um arquivo oculto.

Nessa hora de abandono que você pára e analisa o que aconteceu nesse meio tempo. O Stress passado, o namoro que vira parceria de monografias, o vídeo-game que só é ligado às 2 da manhã, o blog fica abandonado, a unha que fica parecida como a do Zé do Caixão (pois você perdeu seu cortador e não tem habilidade, tampouco prática, para usar aquela tesourinha curvada), e faz as contas de que você ingeriu menos álcool do que gostaria, dormiu menos do que precisava e se preocupou mais do que deveria.

É foda, todo final de qualquer curso é assim. Você passar um perrengue danado durante o curso, quase perde os critérios com as monografias, teses, dissertações, promete que vai dar um tempo nos estudos, mas já está de olho no mestrado ou cursos...
Será que se eu ganhar na mega-sena eu mudo!?

Ps. Será que perdi muitos leitores por quase 5 meses parado?!

Broken wings - Volume Two

Aê, leia esse blog ouvindo essa música:

Quebrei o pé... De novo.

Se bem que da última vez eu não tinha quebraaaado... Tinha sido apenas uma leve fissura. E era no pé esquerdo. Agora quebrou meeeesmo, ficou muito legal no Raio-X! Só que dessa vez foi o pé direito. Droga, sempre levantava da cama com o pé direito pra dar sorte no dia... Quem manda ser supersticioso.

Mas é engraçado, dá pra tirar bons proveitos disso. Por exemplo: Antropologicamente falando, descobri que as pessoas mais velhas são mais solidárias e comunicativas do que as novas. Especialmente se é pra meter o pau na Unimed Emergência.

Começa meu pai falando comigo.
- A Unimed já foi boa, agora é uma bosta. Já estamos duas horas aqui e nada...

Nem respondi, outra senhora no banco da frente se encarregou de dar início ao motim.
- É verdade, isso é uma falta de respeito, estou com setenta e dois anos e estou esperando...

Pronto, fodeu. Estopim acesso. A atendente apenas acompanhava com a sobrancelha direita erguida todas as pessoas com mais de 35 anos dando voz a seus lamentos, vomitando toda fúria pelo descaso médico... já eu nem um regurgito. Como eu já sabia que o atendimento não seria tão emergencial, já tinha saído de casa munido de meu vídeo-game portátil e estava entretido com os Back-hands da Sharapova no meu joguinho. Ainda tinha alertado meu pai... “Leve um livro”. Ah... Os pais nunca ouvem os filhos.

No trabalho eu percebi como sou querido.

As meninas:
- Nossa... Tadinho. Poxa... Espero que melhore logo, enquanto isso toma essas atualizações de sites e peças de internet da campanha pra ajudar.

Os meninos:
- Quebrou!? Que merda hein!? Hihihi, se fodeu. Toma aqui esse e-mail marketing pra ontem.

Em casa os cachorros latem com medo das muletas, pra tomar banho é um ritual Inca e estou destinado a confinação em minha cama...

Estou com duas asas impossibilitadas de uso... Ainda tenho outras duas... E... Mas... É, mais duas que me deixam feliz!

Dias preguiçosos...

Post feito ao som de Portishead, ouça:


25 anos, 4 meses e 18 dias. Quarto bocejo nesse preguiçoso dia das mães. Por que esse cansaço todo? Por que essa sensação que nunca consigo recuperar as energias? Retrospectando os aspectos que influenciam minha qualidade de vida percebo que não vai nada bem.

Dormir tarde. Notívago e insone na maior parte do ano, meu corpo só consegue desligar à noite quando chega no limite. Todas as tentativas de deitar mais cedo para descansar mais são frustradas. E sempre tenho a sensação que o cérebro não descansa durante a noite. Às vezes acordo no meio da madrugada com vários pensamentos que não sei dizer se são sonhos ou apenas meu cérebro trabalhando.

Acordar cedo. Despertador toca as 7h30 de segunda a sábado. Infelizmente meu celular não tem a função soneca (saudades do meu nokia...) Durante a semana a jornada de trabalho é de 16 horas, como todo mundo é verdade, mas no sábado para uma pós-graduação de 7h30 de duração.

Trabalho extra. Todos precisamos de dinheiro e nunca ganhamos o suficiente em nossos empregos de CLT. Que Deus abençoe os freelas, o dinheiro extra nosso de cada mês. Só que é um dinheiro que vem suado demais. Chegar à noite de um dia de trabalho e ainda trabalhar muito extenuante. O que você quer quando chega em casa é tomar um banho e ir comer algo no sofá assistindo um filme ou seriado para relaxar, mas você liga o computador e continua trabalhando.

Lazer incompatível. Com tudo isso você não pode ter o mesmo lazer que tinha antes. Ficar até altas horas da noite em bares com os amigos, bebendo e jogando conversa fora que começava na quinta e terminava no sábado se torna algo muito menos prazeroso do que antes. Ainda é legal, mas o fardo que isso se transforma nos outros dias é pesado demais para se carregar. Então no domingo, o dia que você tem pra relaxar, você não aproveitar porque fica pensando que amanhã começa tudo de novo...

25 anos, 4 meses e 18 dias. Sempre termino a semana com a impressão que não estou descansado o suficiente para encarar mais uma semana. Até quando eu agüento?

Eric Clapton

Já é tarde da noite, foda quando você deita e não consegue dormir. Seu corpo está cansado, vc sente isso, mas é só colocar a cabeça no travesseiro e seus olhos não fecham nem pelo caralho.

Você fica pensando em mil coisas que possam te ajudar a dormir. Imagina seu corpo sendo massageado, uma bela paisagem, barulho da natureza, uma cachoeira... aí você levanda pra mijar (fazer xixi para as meninas) e aproveita e toma um banho bem quentinho para relaxar...

Volta pra cama e nada. A cachorra (animal de verdade, não o sentido figurado) se encaixa perfeitamente atrás do seu joelho, apoiando-se metade na coxa e metade na batata da perna. Pelo menos alguém consegue dormir no quarto.

Fudido ou fudido e meio, dá na mesma. Você levanta e vai para o computador. Até tem alguns trabalhos pra fazer, mas não vai fazer nem fudendo porque... porque.... porque não quer.

Se fumasse acenderia um cigarro, abriria a janela admirando o letreiro azul do Novotel e veria duas básculas com as lâmpadas ligadas. Não é só você que toma banho tarde da noite? Fica imaginando o porquê delas estarem tomando banho a essa hora. Será que não conseguem dormir também? Será que acabaram de fazer um sexo noturno? Cometeram um assassinato e estão limpando o sangue que ainda está quente nas mãos? Ou estariam apenas fazendo um xixi ou cocôzinho básico?

Porra de idéias loucas. Se fosse final de semana você juraria que iria abrir a garrafa de saquê que está na geladeira, aquela que você está guardando para tomar com alguém, só que não existe ninguém, nem situação especial para você abri-la... e sua idéia de que quando se abre uma garrafa de saquê você tem que beber tudo pois senão estraga o conteúdo te faz com ela fique lá, imaculada, como uma virgem aos 20 anos doida pra dar.

Coloca uma música, faz uma playlist de U2 (Eletrical Storm), R.E.M (It´s the end of the world as we know it) e Eric Clapton (Old Love) pra passar o tempo. Você sempre imagina uma tórrida cena de preliminares do sexo com essa música do Clapton. Desde o último gole na taça de vinho até a retirada suave da calcinha... e dá o tempo certinho de uma boa preliminar, 12 minutos e 32 segundos na versão acústica.

Então você volta pra cama, a cachorra na mesma posição que você a deixou e tentar dormir, mas não tem certeza se vai conseguir.





Ouça a música do Eric Clapton aqui

Fantasmas e anjos do passado

Ontem eu sonhei com você. Há tempos não tinha algo que fizesse te lembrar. Um sonho rápido, daqueles que você nem se lembra direito do que aconteceu, mas capaz de trazer uma enxurrada de lembranças e voltar à tona os fantasmas e anjos do passado.

Podia jurar que acordei sentindo seu cheiro, fico com ele impregnado na minha mente por longas horas, como se ele realmente estivesse lá. Mesmo depois do banho o cheiro continua, essa é a lembrança mais atormentadora que tenho sua. Seu cheiro, nas manhãs de sábados que eu sempre ficava te esperando acordar e depois lentamente ver seus olhos se fecharem com um sorisso agora tão pertubador quando antes era sublime.

Esse cheiro que me faz lembrar das vezes que ficamos bêbados, dos duetos bregas no karaokê, das viagens, dos festivais de Alegre, dos shows, das pizzas com vinhos, das águas de coco que nunca tomávamos mas que eu sempre usava como desculpa pra ficar mais com você, dos beijos de 5 minutos que embaçava todos os vidros do carro, da fraqueza e do formigar nas pontas dos dedos quando eu acariciava suas costas depois do sexo. Esse cheiro que em todas essas ocasiões estava lá, tão forte e marcante quanto eu o sinto agora.

De várias formas diferentes eu sabia que não iríamos ficar juntos. Seja pelo jeito “closer” que nós nos conhecemos ou pela distância geográfica e sentimental ao mesmo tempo tão perto e tão longe que estamos agora um do outro. Seja por você revelar-se tão volúvel e louca quanto encantadora ou simplesmente porque tudo na vida tem um fim, mesmo que seja inexplicável e incoerente fazendo com que caia no esquecimento.

Mas seu cheiro, dificilmente será esquecido.

(Compilação de histórias das mulheres que me relacionei por um certo tempo e que de algum modo me peguei apaixonado. Poucas, porém marcantes).

Agora to careca.

Se na minha última postagem eu disse que fiz a barba por precisar de uma "mudança drástica" na minha vida, agora que eu passei máquina 1 na cabeça eu uso qual desculpa?

A) Ninguém gosta de ficar perto de mim, nem meus cabelos.
B) Estou adotando a filosofia “Fuck the fashion”.
C) É dos carecas que elas gostam mais.
D) Nenhuma das anteriores, preciso de uma camisa de força mesmo.

Mas até que não ficou muito ruim e agora dá pra entender como o vento passar aerodinamicamente pela cabeça e fico com um pouco menos calor na região superior do corpo.

Meu próximo passo é passar a zero e depois gilette. Te cuida Lex Lutor!

Fiz a barba

Estava agoniado, levando uma vida monótona. Mesmo trabalho, mesma rotina, mesma “vidinha de merda”.

Então penso em mudar de emprego, planejo uma viagem para Machu Picchu, faço download ilegal de um jogo, penso em abrir uma garrafa de saquê, desisto de abrir a garrafa de saquê, fico imaginando minha vida após ganhar numa mega sena acumulada e me entristeço.

Precisava de uma mudança drástica. Nunca fui portador de uma vasta barba, mas sempre tive. Hoje não tenho mais. Fiz a barba.

Mudou algo na minha vida!? Porra nenhuma, mas tudo bem.

Ligar o foda-se.

Puta merda, onde fica!?
Todo mundo diz: “Ah, liga o foda-se”, mas porra, onde fica a merda desse botão?

Ps. Nem pense em responder com alguma conotação sexual pederasta senão vou dizer que vc liga ele todo dia!!!!

Mais um...

Há 365 dias não me sentia assim...

Ao lado de uma garrafa de vinho tão seca como o interior do Piauí, nas vésperas de completar 1/4 de centenário, ouvindo uma miscelânea de músicas passando de Mozart a Didi Mocó (lembram de “A velha de baixo da cama”?), fazendo um freela e meio deprimido...

Todo o ano, no período de Janeiro é assim, já escrevi aqui sobre isso, procure e verás. Mas como diz o Samba da Benção...

“É melhor ser alegre que ser triste / Alegria é a melhor coisa que existe / É assim como a luz no coração”

E que se foda o resto da música que diz:

“Mas pra fazer um samba com beleza / É preciso um bocado de tristeza / É preciso um bocado de tristeza / Senão não se faz um samba, não”

25 anos em 2007. Ao menos gosto de números ímpares.